DO ENCANTAMENTO À MANIPULAÇÃO
- Claudio Apolinario
- 19 de abr.
- 2 min de leitura
POLÍTICOS NARCISISTAS QUE SÓ AMAM O ESPELHO
Há políticos que não querem um mandato. Querem um altar.
Não se elegem para servir. Querem ser adorados.
Não se envolvem com o povo. Se envolvem com o próprio reflexo.
Estamos lidando com um tipo cada vez mais comum na política brasileira: o narcisista. Um personagem que transforma a vida pública em espetáculo privado. Não governa, encena. Não trabalha, performa. A prioridade não é a cidade, o povo ou o mandato. A prioridade é o próprio ego.
O político narcisista é encantador. Faz promessas falsas, posa de salvador da pátria e jura que vai “revolucionar”. Com o advento das redes sociais, constrói seu palanque digital e domina suas vítimas. Quando o palco está montado e a câmera ligada, adota um tom provocativo para garantir audiência. É sedutor. Convence. Manipula. Domina.
E o eleitor, muitas vezes, não percebe.
Entra num ciclo vicioso — semelhante a um relacionamento abusivo.
Primeiro o encanto. Depois o domínio. Depois a manipulação.
O político narcisista oferece uma miragem — e conquista lealdade, muitas vezes cega.
Entrega pouco — e exige aplausos.
Faz quase nada — e exige gratidão.
Seu discurso é calculado e com foco definido: ludibriar os decepcionados com a política.
Encanta quem está cansado — e apresenta a si mesmo como a “nova esperança”.
Ele não erra. Não falha. A culpa é sempre dos que ele elegeu como “inimigos”.
É aí que entra o gaslighting, versão política — uma forma de manipulação psicológica em que o abusador distorce fatos, mente descaradamente, nega verdades evidentes e faz a vítima duvidar da própria percepção da realidade, memória ou sanidade.
O termo vem de uma peça de teatro de 1938 chamada Gas Light, onde o marido manipulava a esposa fazendo pequenas alterações no ambiente e negava que algo tivesse mudado, fazendo-a parecer louca.
Na política, trata-se de uma ferramenta clássica de populistas e oportunistas — usada para controlar, confundir e neutralizar quem discorda.
O político narcisista cria uma realidade paralela. Uma bolha.
Se aproveita da boa vontade e da esperança alheia para sustentar seu personagem.
Política séria não se constrói com ególatras.
Eles podem até fazer parte do sistema — mas o tempo revela sua verdadeira face.
O bom político trabalha.
Entrega resultados possíveis e reais.
Aceita crítica e constrói pontes.
Respeita o eleitor.
Sabe que foi eleito para representar — e não para brilhar.
E, no tempo certo, apresenta o que fez, sem show, sem pirotecnia.
Voltando ao narcisista: chega uma hora em que o eleitor precisa romper com esse ciclo.
Parar de idolatrar.
Começar a identificar a manipulação.
Deixar de aplaudir discursos vazios — e se permitir enxergar com clareza.
O narcisista sempre trará o caos para se apresentar como a solução.
E a resposta precisa ser firme:
“Sinto muito. Mas eu cresci.”
Temos que aceitar o propósito que DEUS tem para nossas vidas e não ficar somente olhando e na verdade agir de acordo com a direção DELE.